"Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas.

Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo.

Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado."

Rubem Alves

PROJETO INTERDISCIPLINAR PROETI - "Mãe de Aluno Fazendo Esteira"

Projeto Interdisciplinar:
A FORÇA DO TRABALHO: VALORIZANDO A COMUNIDADE
Escola Estadual "Professor Adelardo da Cunha"

RELATÓRIO
Mãe de alunos fazendo uma esteira na escola

No dia  10 de agosto de 2012, uma ação do PROETI enriqueceu o trabalho da escola com a presença da mãe dos alunos Adriano Pereira Oliveira (5º ano) e Adriana Pereira Oliveira (3º ano). Vera é uma moradora do bairro Alvorada e sustenta sua família com muitas dificuldades fazendo trabalhos artesanais. Com o objetivo de valorizar a força do trabalho, ela veio até a escola para uma demostração de como faz suas esteiras que são utilizadas para cercar lotes e hortas, dentre outras utilidades.
Para esta demostração, os alunos se reuniram no pátio e ela iniciou o trabalho contando que começou a fazer esteiras devido às muitas dificuldades que passava para cuidar dos seus 04 filhos. Mostrou aos alunos uma taquara, matéria prima da esteira, considerada de qualidade porque era "lisa" e madura e explicou que gosta de trabalhar com a Taquara Poca que é própria para fazer esteiras e, por isso, é a melhor. Mas, que esta já não é mais encontrada com facilidade porque quando é cortada ela "dá arroz", ou seja, solta as sementes e morre. Dificilmente brota novamente, e, quando brota, leva um tempo de 07 a 08 anos para poder ser cortada.
Indagada pela aluna Luana se gostava do que fazia, Vera respondeu que sim e que também vende barro e lenha para ajudar na renda da família. Ela espalhou as taquaras no chão, bateu com um instrumento para quebrar os nós, depois abriu todas as mãos e escolheu as mais fortes para servirem de "moeirão", que dá sustentação ás outras peças, colocadas de 10 a 15 cm de distância uma da outra, aproximadamente. Logo após começou a usar três tecedeiras que foram trançadas entre os moeirões até o final, apertando uma peça na outra para ficarem bem juntinhas. E assim foi trançando até terninar a esteira, arrematou as tecedeiras nos moeirões e cortou as pontas delas que sobraram.
Alguns alunos experimentaram tecer um pouco da esteira e todos participaram daquele momento com entusiamo, valorizando cada esforço desta trabalhadora. Vera disse que vende cada peça por R$ 12,00.
O objetivo de valorizar a comunidade pelo trabaljo que realiza foi atingido com sucesso pela demostração dessa mãe em realizar esta atividade com orgulho, acreditando estar dando bons exemplos para os filhos, mostrando a eles o esforço para adquirir condições de criar a família com seu próprio trabalho. 
Os servidores da escola ali presentes, agradeceram muito a participação da mãe e compraram a esteira que ela fez com a intenção de valorizar e divulgar o seu bonito trabalho.